domingo, 26 de fevereiro de 2012

Rio+20: a crise social e os empregos verdes na mira


Por Sucena Shkrada Resk
  Quanto mais se discute os possíveis caminhos da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), o que fica mais claro é o fato de que o diagnóstico já está feito. A questão é tratar de “como” fazer diferente. A crise social global já é reconhecida em números, geograficamente e em suas causas. A pergunta é: o quanto a Rio+20 vai realmente se aprofundar com relação ao “combate à extrema pobreza”, de forma contundente e nós, da sociedade civil, vamos pressionar e participar da mobilização, neste sentido…
 
Um documento que dá um panorama de como está a situação mundial é The Global Social Crisis Report on the World Social Situation 2011 . Veja a íntegra em www.cidadaodomundo.blog-se.com.br .

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

O tripé (capenga) da Sustentabilidade, a RIO + 20, os políticos e os eleitores

Por Vilmar Berna (fundador da Rebia e editor do Portal do Meio Ambiente)

  O Ministério do Meio Ambiente é um dos menores orçamentos da República. E, ainda assim, consegue perder mais ainda, ano após ano. Em 15/02/2012, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) perdeu 19% dos valores previstos originalmente na Lei Orçamentária Anual. São R$ 197 milhões a menos, dos R$ 1,01 bilhão previsto. Terá para investimentos em 2012 o montante de R$ 815 milhões. No ano passado, o corte no ministério do Meio Ambiente foi de R$ 398 milhões (o equivalente a 37% do montante inicial).

   Em junho teremos a RIO+20, quando o mundo todo estará de olhos voltados para o Brasil. O tema em pauta é a sustentabilidade, com ênfase em três questões, o combate à fome, a economia verde e a governança global. O evento na verdade são dois, como foi na ECO 92. Um oficial, dos líderes de governo, onde as decisões precisam ser por consenso e ainda dependem do aval dos cinco maiores e mais poderosos países e que costumam não gostar muito de regras que imponham limites aos seus modelos de desenvolvimento e governança, em boa parte, raízes dos problemas que o mundo vive hoje. Sorte nossa é que existe outro evento, este organizado pela sociedade civil, com o pé no chão da realidade, e que pressiona pelo mundo melhor que merece e que sabe que e possível.

   Cinco meses depois deste grande evento, o Brasil estará votando para escolher seus novos prefeitos e vereadores, ou para reeleger os que já estão aí. Então, será natural que os candidatos aproveitem qualquer espaço para divulgar suas campanhas. Ainda bem, por que o que a sociedade mais precisa agora - para reencontrar os caminhos entre o sonho e o possível - , é o exercício da boa política, capaz de intermediar conflitos que são naturais numa democracia. A falsa idéia de que político é tudo igual e nenhum presta é um desserviço à democracia e só contribui para manter no poder os maus políticos.

   O Brasil sempre se equilibrou sobre um tripé capenga, tão desproporcionalmente, que praticamente impossível equilibrar-se em pé. Em primeiro lugar, uma exagerada ênfase no crescimento econômico. Em segundo, nas questões sociais, mas no que diz respeito ao econômico, com sua ênfase na inclusão dos excluídos ao mercado de consumo, para aumentarem os lucros do econômico. E, finalmente, em terceiro, com bem pouquinha ênfase, na lanterninha dos interesses da sustentabilidade, as questões ambientais, que com a economia verde, ganha alguma chance de ser considerada pelos setores econômicos interessados em novos nichos de mercado e de lucros.

   É bem comum criticarmos prefeitos, vereadores, governadores, a Presidência da República de não cuidarem direito do meio ambiente. São críticas naturais e até desejáveis, naturais numa sociedade democrática. Entretanto, nem sempre são justas, principalmente quando apenas cobram maior compromisso ambiental e com a sustentabilidade de nossos governantes e dos empresários, mas na hora de votar, ou de consumir, tais questões não são prioritárias para eleitores e consumidores.

   É a maioria que dá força aos poderosos quando os elege e reelege. É essa maioria, com falsos sonhos de consumo, que enriquece os grandes grupos econômicos. Então, para sermos justos, a qualidade dos políticos e dos empresários que temos representa a vontade da maioria do povo brasileiro. E a maioria já foi responsável pela crucificação de Jesus ou pela subida do Hitler ao poder.

   Não conseguiremos sair de uma situação onde o meio ambiente é tratado com pouco caso para outra em que meio ambiente, economia e o social sejam vistos equilibradamente, sem que consigamos chegar à maioria.

   As questões da sustentabilidade ainda não são assunto de mesa de bar, de pagodes, ou de bate papo na esquina – e deveriam ser. E este é um grande desafio para jornalistas, educadores, artistas e todos que lidam com o publico e multiplicam opinião. Falar uma linguagem que seja percebida por todos, traduzirem o ecologês para as carências de nossa sociedade, falar para segmentos da opinião pública que muitas vezes não compreendem como um mico-leão-dourado, uma baleia, ou uma floresta podem merecer mais atenção e recursos que um ser humano que sobrevive dos restos que consegue achar no lixo.

   Somos quase 200 milhões de pessoas, com enorme dificuldade de acesso às informações sobre meio ambiente e sustentabilidade, a não ser aquelas informações que reforçam a idéia de que meio ambiente é assunto de plantinhas e bichinhos, muito bonitinhos e importantes, mas pouco prioritários quando o que estiver em questão for o progresso humano.

   A humanidade está, de certa maneira, diante da mesma mudança radical de ponto de vista proposta por Galileu, que quase morreu na fogueira da Inquisição ao afirmar que era a Terra que girava em torno do Universo, e não o contrário. Não somos nós que somos os donos da natureza. É o contrário. Por mais especial que nossa espécie se considere, a natureza não precisa de nós, mas é o contrário.

   O evento paralelo à RIO+20 permitirá a cada um de nós mostrar que mudamos de visão. As eleições também. A natureza não vota. Então, precisamos votar por ela, não que ela precise de nós para alguma coisa, nós é que precisamos dela. Ou descemos do salto alto da nossa cobiça e arrogância humanas, e reaprendemos a conviver com o Planeta, ou mais cedo ou mais tarde, não teremos mais condições de nos adaptar.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Rumo à Rio+20: Foco da campanha Meu Sonho Verde

Por Sucena Shkrada Resk (Blog Cidadãos do Mundo)
  A Campanha "Meu Sonho Verde", que está em vigor até a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), propõe que cidadãos apresentem seus sonhos (mensagens em vídeo) encaminhados por e-mail ou pelo telefone. Os temas podem girar em torno de: ar e clima/água e saneamento/biodiversidade e desenvolvimento da proteção, participação comunitária e inclusão social/consumo/energia/informação e educação/ciência, tecnologia e inovação, etransporte, entre outros. A iniciativa é do Instituto para Treinamento e Pesquisa das Nações Unidas (Unitar) e da Cifal Network.

   Segundo a Unitar, foi inspirada no projeto Dream In, realizado na Índia, em fevereiro passado. A campanha foi encomendada pelo braço da ONU para treinamento e lançada durante a Conferência Internacional Cidades Inovadoras, em maio 2011, pela CIFAL Curitiba e pela Federação das Indústrias do Paraná. Para mobilizar a sociedade, um número superior a 70 brasileiros chamados de "caçadores de sonhos" recolheram declarações em vídeo em comunidades urbanas de cidades vizinhas de Curitiba. O resultado foi a coleta de 800 sonhos verdes. Veja mais em www.cidadaodomundo.blog-se.com.br .

sábado, 11 de fevereiro de 2012

As ONGs e a democracia

Por Vilmar Berna (fundador da Rebia e editor do Portal do Meio Ambiente)

  Vez por outra sou informado que ONGs (Organizações Não Governamentais) importantes na história do movimento ecológico brasileiro ou fecharam as portas ou estão quase fazendo isso. Se fossem empresas, diríamos que abriram falência. Podem não se tratarem de fatos isolados, mas revelarem algo mais que pode estar atingindo a todo o chamado movimento ambientalista. Não se trata aqui de apontar erros, mas de buscar os motivos.

  Precisamos reconhecer que, nas últimas décadas, a consciência ecológica na sociedade mudou, e radicalmente, de uma visão que justificava o progresso a qualquer preço, para uma ideia de progresso que trás benefícios e sacrifícios que devem ser técnica, financeira e politicamente mitigados, reparados, compensados, tanto para o meio ambiente quanto para as pessoas.

  E que este processo não se deu por um acaso, mas principalmente pela combatividade e persistência das ONGs ambientalistas, tanto em apontar problemas quanto soluções. E este reconhecimento é importante para prosseguirmos na luta, por que se trata de um processo histórico e democrático em andamento, onde as ONGs ambientalistas tiveram um papel fundamental no passado, mas que ainda exercem hoje e ainda mais no futuro.  A sociedade precisa das ONGs, e quanto mais fortes, melhores, pois a distância entre a intenção e os gestos ainda é o grande desafio da sustentabilidade. A sociedade ainda irá contabilizar mais perdas que ganhos socioambientais antes de conseguir mudar o modelo de desenvolvimento de insustentável para sustentável. E quanto maior a consciência e a organização e forca das ONGs, mais os poderes públicos e o setor empresarial irão também evoluir para políticas publicas e privadas, e novas leis, que incorporem a sustentabilidade.

  E mais. Se esta vitória pela mudança de consciência ambiental pode ser atribuída em grande parte à atuação do movimento ambientalista, ela também precisa ser atribuída à imprensa, que ampliou a voz das ONGs. E neste processo, a imprensa se ambientalizou, dando origem à especialização do jornalismo ambiental, ao surgimento da mídia ambiental e das redes de informações ambientais, onde se incluem a Revista e o Portal do Meio Ambiente e a REBIA, aos núcleos de jornalismo ambientais, entre os quais se destaca pelo pioneirismo o do Rio Grande do Sul, que inspirou vários outros. A própria mídia de massa, sempre preocupada em refletir o interesse da sociedade, passou a incorporar a pauta ambiental. A ampla divulgação dos grandes acidentes ambientais, no Brasil e no mundo, fizeram e ainda faz avançar a consciência ambiental na sociedade. Infelizmente, por que este processo não precisava acontecer através da dor, por que o amor também constrói consciência ambiental.

  O surgimento e multiplicação da ONGs ambientalistas estão diretamente relacionados a esta tomada de consciência pela sociedade, num processo de alimentação e retroalimentação embora as ONGs não tenham um mandato eletivo, cumprem um papel social, não de representarem a si próprias, mas a estes segmentos da sociedade.

  Algumas ONGs escolheram o caminho da denúncia, e se tornaram mais combativas, outras, escolheram o caminho de oferecer modelos demonstrativos de solução, buscando captar recursos para realizarem projetos. Não existe aqui qualquer julgamento de valor, se um caminho é mais importante que o outro, pois acredito que ambos são valorosos e importantes. Entretanto, não conheço ONGs que conseguiram equilibrar bem os objetivos de denunciar numa ponta e mostrar as soluções na outra. Geralmente são mal interpretadas, como se estivessem criando dificuldades numa ponta para vender facilidade na outra. Em alguns casos isso pode ser até verdadeiro, mas não é a regra. Onde existem seres humanos, existem misérias e grandezas, típicas do humano. O fato é que é tão importante existirem organizações que nos alertam para os problemas quanto as que nos apontam soluções, criando modelos demonstrativos das mudanças que querem ver na sociedade.

  Entretanto, precisamos reconhecer que o equilíbrio entre ser as duas coisas ao mesmo tempo não é fácil. Enquanto para denunciar uma ONG só precisa de cidadãos voluntários conscientes, participativos e indignados, para apresentar soluções, precisa de técnicos qualificados. E nem sempre quem apontou soluções está qualificado tecnicamente para executá-la, forçando a ONG a ter de contratar profissionais no mercado, e aí ela não se diferencia de um empregador comum - precisa de recursos para pagar os salários de mercado e os direitos trabalhistas, o que quase nunca acontece. Já os profissionais que chegam não precisam ' vestir a camisa ', nem se sentir comprometidos nem com a causa nem com a ONG, por que não se requer mesmo isso deles, mas que apresentem resultados. Os conflitos entre associados voluntários e técnicos contratados numa ONG pode ser de difícil solução para a Diretoria, que nem sempre pode estar qualificada para atuar num ambiente de conflitos, e intermediar soluções a fim de se buscar o equilíbrio possível, que pode estar longe do ideal e mesmo desagradar a todos os lados envolvidos. Entretanto, é assim mesmo que acontece numa democracia.
 
  E aqui surge outro problema que costuma afetar as ONGs, a falta de democracia interna. E não necessariamente por má fé, mas por que são poucos os cidadãos conscientes na sociedade dispostos a se dedicarem a uma ONG. Os membros das Diretorias acabam se perpetuando no poder, às vezes por vaidade e oportunismo, mas às vezes por falta de quem se disponha a substituí-los. O processo democrático, com suas lutas internas, é importante para selecionar os melhores dirigentes entre os mais hábeis na lida dos conflitos e visões diferentes naturais em qualquer organização democrática. 

  Quando não há renovação democrática interna, a organização pode tender à esclerose, no sentido de ir endurecendo, perdendo a capacidade de intermediar conflitos, de arbitrar divergências e, o que é pior, afastando-se dos segmentos da sociedade que deveria representar. Enquanto houver dinheiro na ONG, a Diretoria pode contratar profissionais para executar os serviços - nada diferente do que uma empresa já faz, mas se negligenciar o papel dos voluntários e de ações da organização que não estejam efetivamente trazendo dinheiro para a Organização, a tendência é provocar o afastamento dos voluntários, que são os cidadãos que formam a razão de existir da organização.

  Então, quando o dinheiro acaba, e os profissionais vão embora, o que pode resultar é uma ONG de fachada, vazia de conteúdo e motivação e, então, não haverá mesmo mais razão de continuar existindo. Não será uma ONG ambientalista a menos, mas um tecido social democrático mais enfraquecido, significando que a sociedade terá dado um passo atrás nas suas conquistas democráticas do mundo melhor que é possível e que merece ter por que o está construindo efetivamente.
 

Memória: Repórter Eco completa 20 anos

Por Sucena Shkrada Resk (Blog Cidadãos do Mundo)

  Cada história completa a experiência de alguém neste planeta. De uma forma indireta, os 20 anos do Repórter Eco, completados neste mês, se integram de maneira fragmentada, às minhas próprias memórias. Em 1992, recém-saída do curso de jornalismo da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), eu participava do 1º Curso de Telejornalismo da TV Cultura, na sede da emissora, na rua Cenno Sbrighi, na Lapa...

  Conheci à época, profissionais que começavam a tecer o repertório educomunicativo do jornalismo ambiental televiso, entretanto, não tinha a dimensão do que isso realmente significava. Fui ter essa perspectiva, ao me engajar nessa seara, muitos anos depois, mais precisamente a partir de 2008, de forma contínua (no jornalismo ambiental impresso e on line), quando também descobri que tinha na veia, essa proposta profissional e de vida (sem saber), com a vivência de repórter de cidades...

  Voltando no tempo...Era o ano da Eco92 ou da Cúpula da Terra, em que centenas de militantes clamariam quatro meses depois, pela qualidade de vida no mundo e, em especial, em manifestações no Rio de Janeiro. O Repórter Eco nasceu, no período dessa efervescência militante e com um caráter muito interessante, que tenho condição de falar de forma amadurecida hoje: transmitir a pauta socioambiental, de uma maneira didática, o que infere o reconhecimento dos esforços de todas as pessoas que passaram por lá, em frente e por detrás das câmeras. Com o passar dos anos, soube dar mais valor a esse empenho.

  Ao olhar lá para trás e para o hoje, o que é possível refletir? O senso ético e batalhador que envolve a prática da comunicação socioambiental; pois fazer cada programa, com certeza, exige muito esforço, redobrado no contexto de uma TV Educativa e pública, em que os apoios (financeiros) não são iguais ao de uma TV comercial. Vou mais além: um esforço de equipe, pois as reportagens não sensibilizarão o telespectador, se não houver o entrosamento desse grupo. Isso não quer dizer somente no âmbito “técnico”, mas quanto a princípios e ideais. E se esses últimos morrerem, não há mais sentido...Perde o diferencial.

  Alguns nomes ficaram mais conhecidos na história do Repórter Eco, como de Maria Zulmira e Washington Novaes, de forma merecida. Mas muitos outros profissionais são responsáveis por essa construção. Pesquisei esses nomes:

  Alexandro Forte, Camila Doretto, Claudia Tavares, Erinaldo Silva, Flávia Lippi, Isabella Chedid, Lúcia Soares, Maria Flor Calil, Márcia Bongiovanni, Mylene Parisi, Paula Piccin, Pati Ioco, Vera Diegoli eTeresa Cristina de Barros (alguns colegas, tive oportunidade de conhecer pessoalmente no ontem e no hoje), mas sei que muitos não menciono aqui devidamente (cabos man, câmeras, pauteiros, motoristas...), mas se sintam reconhecidos.

  Agora, vem a Rio+20 e todas as implicações após a conferência, pois a vida continua neste planeta; um desafio e tanto para trazer novas leituras e contextualizações para a cobertura das repercussões desse evento, como da Cúpula dos Povos. Desejo que todos os profissionais, que fazem parte do Repórter Eco, continuem com a ânsia por um mundo melhor, por trás de cada minuto da fase bruta e da editada dos programas; enxergando no ribeirinho e em personalidades, como o socioeconomista Ignacy Sachs, o mesmo valor de contribuição a todos nós, por meio de suas experiências. Feliz aniversário!

  Veja também no Blog Cidadãos do Mundo:

07/02/2012 18:03 Memória: Os bastidores da Ecoagência

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Memória: os bastidores da Ecoagência

Por Sucena Shkrada Resk (Blog Cidadãos do Mundo)

Conhecer os caminhos trilhados por profissionais veteranos do jornalismo ambiental é um meio positivo de se valorizar os esforços desses pioneiros, como também revigorar a “chama” militante e os rumos editoriais. Com esse propósito, mantive um bate-papo, no último dia 23 de janeiro, com Ilza Girardi e Juarez Tosi, na sede do grupo, que fica no prédio histórico da Associação Riograndense de Imprensa, em Porto Alegre, RS. E lá realmente me dei conta de que para se permanecer na área, “idealismo” é indispensável, pois não é uma escolha profissional com a meta principal de se ganhar dinheiro.

“A Ecoagência Solidária de Notícias Ambientais (www.ecoagencia.com.br) surgiu a partir da necessidade que nosso Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul - NEJ-RS (formado desde 1990) sentiu de se fazer a cobertura do Fórum Social Mundial (FSM) de 2003. Não havia mídia específica que tratasse das questões ambientais”, explicou Ilza, que também é docente universitária na área de jornalismo ambiental.

Nesse time de profissionais, estavam ela, Tosi, Beto Gonçalves, Carlos Tautz, Vilmar Berna... “E no mesmo ano, criamos a Ecoagência, primeiramente na estrutura de site cedida por João Batista Aguiar, do Agir Azul (que existe até hoje e participa do grupo) e na sequência, lançamos a hospedagem na nossa própria página”.

Segundo Ilza e Tosi, a produção de matérias durante todos esses anos se deu principalmente de forma voluntária, e cada profissional tem outras fontes de renda para sobreviver. “As pautas que reportávamos naquela época eram sobre a polêmica da privatização e contaminação da água; preservação das sementes crioulas versus transgênicos, e agrotóxicos, entre outras, que continuam atuais. Só não havia ainda um destaque sobre a questão do clima, como nos últimos anos”, diz Ilza. Veja a íntegra em www.cidadaodomundo.blog-se.com.br .

Malária: uma realidade do século XXI

Por Sucena Shkrada Resk (Blog Cidadãos do Mundo)
  A Malária não é uma questão de saúde pública circunscrita ao passado, mas do século XXI, que não pode ser menosprezada e se relaciona com a forma como interagimos com o meio ambiente. Historicamente tem maior incidência na África subsaariana e nas Américas, o Brasil apresenta um grande número de casos junto à Colômbia, Haiti e Peru, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Pesquisa publicada na Revista Lancet, coordenada pelo professor Christopher Murray, da Universidade de Washington, aponta que a doença mata cerca de 1,2 milhão de pessoas por ano no mundo. A maioria são crianças menores de cinco anos, entretanto, aumentam incidências em crianças maiores e em adultos (veja mais em matéria divulgada pela Agência Fapesp - Malária mata 1,2 milhão por ano, de 03/02/2012).

   Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil houve mais de 300 mil notificações de casos no país em 2010, 99% deles na região amazônica. Alguns fatores que contribuem para a proliferação da fêmea do mosquito Anopheles, que é transmissora da doença (ao picar uma pessoa contaminada pelo parasita Plasmodium) são: o extrativismo, a piscicultura, os seringais e até os tipos de moradias, mais próximas às matas. Por isso, a importância da limpeza de tanques de psicultura, de igarapés, do uso de mosquiteiros...O Anopheles se reproduz em água limpa e seu voo chega a um raio de 600 a 1 mil metros do criadouro...

Um site interessante que mantém uma campanha é
Mobilização contra a Malária

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Por dentro do bioma Pampa, RS

 
  Tirei essa foto no saguão do Aeroporto de Porto Alegre, no último dia 30, onde está em cartaz uma exposição sobre o pampa, que ocupa uma área de 178 mil km2 (2,1% do território brasileiro). Achei bem interessante, pois traz informações que geralmente não são multiplicadas...

Um dos dados alarmantes é que hoje restam 41% de vegetação natural e apenas 2% estão em área de preservação ambiental... São mais de 3 mil plantas diversas, 480 espécies de aves, 90 de mamíferos...Esse é um dos símbolos presentes, que representa a riqueza dessa biodiversidade - a espécie veste-amarela, ameaçada de extinção...

Sucena Shkrada Resk